Qual a principal diferença da educação infantil para o ensino fundamental? A essa pergunta, um educador pode explicar sobre o início do processo de alfabetização ou a respeito do uso mais estruturado de conceitos matemáticos. Mas as crianças costumam ter uma resposta bem simples e objetiva para essa transição: “agora a gente não brinca mais”. Ou, numa variação um pouco menos pessimista: “agora a gente só pode brincar na hora do recreio”.
Na Lumiar não é assim. Acreditamos na importância do brincar. Todos os estudantes – do infantil e do fundamental – são convidados a brincar e a dividir os espaços de brincadeira. Um partilhar que extrapola a diversão e se torna um momento de aprendizado e de troca.
É comum ver os mais velhos ajudando os menores em brinquedos que representam desafios, como também não é raro presenciar os menores inspirando os colegas maiores a se divertirem numa “brincadeira de criancinha”, como esconde-esconde ou pique-bandeira, ou instigando os grandões a tentar aquela flexibilidade motora própria da primeira infância.
“Precisamos ‘desadultizar’ nossas crianças e possibilitar que ampliem os repertórios de relações que essas experiências permitem. A brincadeira é uma oportunidade riquíssima de desenvolvimento socioemocional”, afirma Vânia Grecco, diretora da Lumiar SP.
Vânia, que também é psicopedagoga, explica que a brincadeira é uma possibilidade de resgate da infância que permite, até aos adultos, uma reconstrução significativa. “Até gente grande também precisa se permitir brincar para resgatar sua criança interna e desconstruir-se para criar e recriar.”
Brincar e investigar: modelo de aprendizado
Na metodologia Lumiar, todos os estudantes são convidados a investigar e a brincar e todos os espaços da escola são propícios à aprendizagem e a diversão.
“Aqui, o objetivo é que todo mundo se relacione. Criança pequena também investiga, fica em silêncio quando é necessário, e pode brincar. Os mais velhos seguem a mesma lógica”, sintetiza Graziela Miê, diretora da Lumiar Santo Antônio do Pinhal “E todos os momentos são momentos de aprender. Momentos lúdicos, momentos mais sérios, porque a vida é assim… ou deveria ser assim.”