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Ensino por competências: entenda o conceito

Definição transcende ideia de aprendizagem baseada em conteúdo

Muito provavelmente você já ouviu ou leu a expressão “ensino por competências”. O termo, apesar de não ser tão novo assim, ganha evidência neste momento em que se discute como o modelo de aprendizado tradicional – aquele do professor que ensina o conteúdo a uma sala repleta de alunos dispostos em fila – se mostra ineficaz aos desafios do século XXI.

ensino por competências

Para entender o que é o ensino por competências, precisamos fazer um exercício do que se discutia há mais de 120 anos, no final do século XIX. Na época, John Dewey, um dos principais representantes da teoria do Pragmatismo, dizia que as experiências podem ser a força motriz da absorção do conhecimento. Essa ideia evoluiu e Paulo Freire, já em meados e final do século XX, desenvolveu estudos e defendeu uma aprendizagem vinculada à experiência – problemas práticos se aproximando do dia a dia dos alunos.

Diante do contexto de experiência e conhecimento, nasce o conceito de competência. Na Educação, a definição mais utilizada é a do sociólogo suíço Phillipe Perrenoud, segundo o qual competência se refere à “faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações”.

Essa definição transcende a ideia de aprendizagem baseada apenas em conteúdos, o que impacta em uma revisão de toda a estrutura escolar. Numa escola que trabalha a partir do ensino por competências, não há a compartimentalização do conhecimento em disciplinas, já que os problemas que se apresentam aos indivíduos no mundo dificilmente são complexos e mobilizam saberes de diversas áreas.

Na Lumiar, acreditamos que o ensino por competências leva a um aprendizado que já não se conforma ao “saber fazer”, que fundamentou a escolaridade do século XX. A escola do século XXI deve dar condições para que os indivíduos se desenvolvam pessoal, profissional, academicamente e em comunidade.

Diferença entre competências, habilidades e conteúdo

Uma maneira de compreender melhor como acontece o ensino por competências, é fazer uma diferenciação entre competências, habilidades e conteúdo. As competências são mais abstratas e amplas, ao passo em que as habilidades são mais concretas. Um exemplo: criatividade e senso crítico são competências que, para serem desenvolvidas, requerem que o estudante manifeste habilidades como sintetizar, julgar e analisar situações-problema.

Juntas, habilidades e competências servem para a absorção das matrizes de conteúdo. Em outras palavras: os conteúdos estarão sempre acompanhados de competências e habilidades para que tenham sentido.

Ensino por competências na BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece que ao longo da Educação Básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de competências que assegurem as aprendizagens essenciais que são direito de cada estudante, independentemente do lugar onde moram e estudam.

Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Todos os conteúdos e competências previstos pela BNCC estão contemplados e podem ser visualizados na plataforma digital da Lumiar. Ao desenhar cada proposta de ensino, os educadores podem indicar quais competências da BNCC estão sendo contempladas. A plataforma indica ainda quais habilidades são requeridas para a aquisição daquela competência e quais atividades são apropriadas para o desenvolvimento dessas habilidades.