O que se costuma dizer quando uma criança pequena amarra sozinha o cadarço do tênis ou consegue usar os talheres sem ajuda? Sim, a frase usual é: “Olha, como ela é autônoma”. Mas será que isso é autonomia?
Pois é, essa não é a sentença correta. Uma criança de três anos que põe e tira a roupa sozinha é independente, não necessariamente é autônoma.
Autonomia é outra coisa. E também é simples de entender. Imagine uma criança querer um brinquedo que está no topo de um armário. Ela olha o objeto, sabe que não alcança, encontra um adulto ao redor e pede que essa pessoa pegue o brinquedo para ela. Essa criança agiu de forma autônoma.
Percebe a diferença? Fazer sozinho é independência. A autonomia é relacional. Ela é relacional porque, para agir de forma autônoma, é preciso considerar o outro como parte integrante para o alcance de um objetivo.
Por isso, a Metodologia Lumiar preza tanto por ser esse espaço que possibilita que crianças e adolescentes desenvolvam sua autonomia. Uma criança autônoma sabe quem ela é, do que gosto e do que não gosta, o que sabe e o que não sabe. E entende que suas ações devem existir em correlação com a atitude de outros e que isso tudo influencia na construção de cidadania.
No dia a dia, a prática da Gestão Participativa é a ferramenta mais importante para a construção da autonomia gradual dos estudantes para sua formação global, e não apenas intelectual e acadêmica.
O tempo todo nossos estudantes são convidados a pensar sobre o que querem e do que gostam. Sempre de forma livre e consciente.